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Olá, pequena borboleta! Nada melhor do que ter um gostinho do que vem por aí, não? Espero do fundo do meu coração que goste da sinopse de Doubly Fatal. Ele foi feito especialmente para você! ♥

E por quê não dar um gostinho ainda melhor? Conheça a série lendo o primeiro capítulo abaixo. ♥

Leia a sinopse e o primeiro capítulo de Doubly Fatal -  Hunter.

Double Fatal - Hunter.

Capítulo 1 ♥

Por um sincero momento, pensei que não fosse conseguir.

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Por mais que eu corresse, meus pés pareciam me levar à lugar nenhum. O peso do meu corpo já havia duplicado devido as roupas encharcadas que o lago me dera de presente. Obrigada!

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Minha mãe me encheria de perguntas que eu estava bem longe de querer responder, mas o que eu poderia responder? Ah, oi mãe, supostamente, tinha um cara alto bem estranho correndo atrás de mim, e adivinha, ele tinha uma arma! Claro, que é bem capaz que ela não acreditasse em mim, ou melhor, me colocasse de castigo!

Mas sinceramente, do fundo do meu coração, tem uma dúvida da qual eu já sei a resposta, mas vivo me repetindo toda vez que chego em casa depois de um incidente desses: Que mãe coloca uma filha de castigo quando ela tem vinte e um anos?

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Exatamente, a minha! Ela tem uma mania de achar que eu sou uma pobre criatura indefesa, e desde meus dezoito anos, meus presentes de aniversário, páscoa, dia da mulher – por mais que seja estranho –, dia das crianças – fala sério! –, natal e ano novo, enfim, todos os feriados presenteáveis, se tornaram armas. Já tenho quase uma coleção inestimável guardada dentro de um bunker aqui em casa.

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Minha mão pensa que a qualquer momento algum caçador de recompensar venha até nós procurando pelo meu pai. Só espero que ele esteja no inferno, babaca! Ele é um daqueles caras que consegue colocar até mesmo a Interpol no radar. Um hacker, basicamente um gênio – herdei essa parte dele, pelo menos –. Infelizmente, essa sua grandeza e vontade de ação quase nos ferrou, já que o presente dele nos meus dezesseis anos foi um passeio de viatura até a delegacia onde prestei depoimento sobre ele, e aleguei, várias e várias vezes que não sabia onde ele estava!

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Meu pai costumava ter esses surtos psicóticos dele. Saía sem dizer tchau e voltava quase dois meses depois, e foi justamente depois desse maravilhoso passeio de viatura que minha mãe pôs um basta nessa relação e pediu o divórcio.

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Claro que eu a entendi e apoiei totalmente, até disse pro juiz que preferia ficar com a minha mãe, no dia em que fomos para o tribunal resolver minha guarda. Claro que eu tinha dezesseis anos e podia me virar sozinha, mas quem acreditaria na palavra de uma aborrecente?

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Desde então começaram as mudanças constantes, tentando fugir dos inúmeros caçadores que estão atrás do meu pai. Até uma semana atrás, estamos aparentemente camufladas, só que do nada, brotou um Superintendente da polícia internacional, acredita? Depois de explicar mais uma vez que não fazíamos a menor ideia de onde o desgraçado do meu pai estava, ele pediu desculpas e foi embora.

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A princípio, me senti honrada por um cara na sexta posição mais alta na hierarquia da Interpol vir atrás do meu pai, significava que ele era reconhecido – o que fez com que minha mãe me botasse, mais uma vez de castigo, alegando que não podia me sentir honrada por isso.

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Deixei pra lá, afinal, pra que amigas eu contaria sobre isso? Eu tinha cortado toda e qualquer ligação com todas as pessoas que deixávamos para trás de país em país. A cabeça do meu pai era um requisito, queriam-no vivo ou morto, e claro, todos queriam a recompensa de vinte milhões de dólares.

Durante cinco anos, vivemos mudando de país em país, buscando o refúgio mais seguro para nós, até que decidimos voltar para os Estados Unidos.

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Começamos a morar na cidade de Houston, em um duplex na cobertura de um arranha-céu. Achei que morar no Texas fosse ser uma droga, mas até que o estado se provou não ser tão quente quanto eu pensava. Nosso apartamento era o único do andar, e fiquei feliz no momento em que entrei, por minha mãe ter casado por amor e não por dinheiro, o que fez com que ela ficasse ainda mais rica.

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Mamãe casou com separação total de bens – uma exigência do meu avô para que o casamento fosse aprovado. Fez bem vovô! – e depois que ambos morreram em um acidente de carro, Elizabeth herdou tudo, tendo uma quantia imensurável de milhões, para ser honesta, um bilhão e meio.

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Meus avós haviam ganhado na loteria uma quantia de duzentos milhões de dólares, e investiram grande parte em ações nas bolsas de valores. Não eram o suficiente para serem grandes acionistas, nem para terem valor algum em suas decisões, mas nunca deixaram nada faltar para mamãe até o dia de seu casamento.

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Depois que meus pais se casaram, meus avós cortaram toda a conexão com ela, e apenas dois anos depois do divórcio, eles haviam vindo para nossa antiga morada, na França, para me conhecer. Sim, eu havia passado dezoito anos sem conhecer meus avós maternos. Meus avós paternos já haviam botado o pé na cova muito antes de meu pai completar a minha idade.

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Em todos os seus quarenta e cinco anos, a única boa escolha que papai havia feito fora se casar com mamãe, que nos seus brilhantes quarenta e dois, exibem um corpo e um rosto que qualquer mocinha de vinte invejaria. Uma vez eu andei tão desleixada, que me perguntaram se ela era minha filha. Claro que eu pirei! Quase arremessei meus tênis na cara do babaca, mas minha mãe me segurou e disse gentilmente ao homem que naquele caso, as posições haviam sido trocadas.

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Ele me olhou de cima a baixo e depois a minha mãe, e simplesmente se virou e saiu do elevador como se nada tivesse acontecido. Cretino!

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Desde então eu nunca mais andei desleixada na vida. Comecei a seguir a moda como ninguém, mas nunca gastando nada excessivo nem comprando muito. Meu visual era simples e antenado. O meu guarda-roupas tinha apenas o essencial, já que viajávamos muito e malas extras significavam peso extra.

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Nunca tivemos luxo até três anos atrás. Por mais que meus avós bancassem um pouco de mimo para minha mãe, eles eram verdadeiros pés no saco comigo, justamente por ser filha do meu pai!

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Pelo menos eu parecia com a minha mãe! Caso contrário, nem se dignar a me cumprimentar eles fariam.

Claro que me orgulho de puxar a minha mãe. Corpo nem reto nem esbelto, curvas satisfatórias. Agora quanto ao rosto, só tinha uma palavra que classificaria minha mãe: deusa.

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Seus olhos azuis eram como o de predadores e ela simplesmente sabia controlar um ser como ninguém – assim como controlava o dinheiro, claro. Seus cabelos ondulados tinham um tom de castanho-dourado maravilhoso, que pareciam sempre bem cuidados, mas mesmo que eu passasse quinze litros de condicionador, meu cabelo continuava opaco e quebradiço.

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Foi nesse momento que decidi fazer selagem e cortá-lo estilo long bob, o que minha mãe amou, mas disse que não teria coragem de fazer. Por mais que ela tentasse, nunca conseguia modificar seu cabelo radicalmente.

Resumidamente, eu era uma versão mais nova – e muito menos bonita – dela. Qual não fora minha surpresa quando a vi parada no meio da sala, conversando ao telefone como se o mundo fosse cair.

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– Eu quero que vocês parem com essa merda! Vocês sabem muito bem que não convivemos com ele, e durante cinco anos vocês mandaram caçadores atrás da minha filha, achando que isso iria quebrar o coração dele e o faria se entregar! – Esbravejou, e me encolhi diante de seu tom de voz. Raramente a via se exaltar dessa forma. A última vez fora no meu aniversário de dezessete anos, quando meu pai ligou, me desejando os parabéns. – Se eu souber que alguém veio atrás dela novamente essa semana, eu vou fazer questão de matar o responsável!

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– Oi, mãe! Cheguei! – Minha mãe me fez um joia, antes de voltar a falar no telefone. – O jantar está pronto?

Minha mãe confirmou, e se virou para me indicar que estava na sala de jantar. Tudo o que eu ouvi depois fora o som de seu celular caindo e ela vindo em minha direção, me inspecionando, para ver se eu não possuía nenhum machucado(?).

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– Mas o que houve com você, minha menininha? – Elizabeth perguntou. A expressão de preocupação no rosto de mamãe era clara. – Alguém te perseguiu, Domino? – Assenti, adorando a forma carinhosa como ela me chamava, agradeci pelo nome totalmente diferente que tinha recebido, Dominique. Pelo menos até vovó concordava que aquele era um nome de rico. Ri internamente. – Por quê, senhor? Por quê?

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– Por causa de certo cretino. – Olhei para ela. – Vai ter gostinho ruim assim em Marte, hein!

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Mamãe riu, me mandando logo tomar um banho antes que eu gripasse.

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Havia decidido que pelo menos naquela noite, eu iria me divertir e agir como toda garota mimada: iria para uma boate. Infelizmente, a ideia foi logo banida da minha mente por um simples motivo – por mais que eu odiasse dizer isso: não tinha roupa apropriada para ir à uma boate.

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Mamãe disse que não tinha problema, e então decidimos ficar em casa, fazendo maratona no bom e velho Netflix. Pela primeira vez em muito tempo, eu consegui um tempo livre com minha mãe, e iria aproveitá-lo muito bem.

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Mas quando vi, minha mãe já tinha caído no sono. Aproveitei e peguei um cobertor no quarto e a cobri, ajustando-a no sofá da sala. Possivelmente não daria conta de carregá-la, e se ao menos tentasse, poderia dar adeus para minhas colunas, e isso era uma coisa que eu não estava preparada.

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Ela apenas se moveu, ajustando a coberta ao corpo, sem dar indícios que tinha acordado. Vê-la serena me tranquilizava mas ao mesmo tempo me fazia tremer. Por mais que ela pudesse de fato viver agora, pensar na possibilidade de alguém a machucar por causa de um cretino, que por acaso era meu pai; me matava lentamente.

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Já pensou em como de uma hora para a outra a vida pode simplesmente mudar? Em um momento, estou cobrindo minha mãe no sofá, no outro, estou jogando flores sobre seu caixão. Por mais que eu odeie admitir, o que eu mais temia se tornou real, e meu pai trouxe de volta seus problemas para casa.

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O que na verdade, eu não esperava, era que antes de morrer, minha mãe havia escrito uma carta para mim, dizendo para nunca confiar nos homens do meu pai, mas o que se fazer quando o homem que foi contratado para me matar é incrivelmente lindo?

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